Se vira e mexe bate uma vontade de mudar algo na carreira, leia isso!
- Thais Marques

- 14 de out.
- 4 min de leitura
Mudar de carreira é um desejo cada vez mais comum. Vivemos mais, a tecnologia acelera transformações e cria oportunidades novas o tempo todo.
Nesse cenário, faz todo sentido não querer fazer a mesma coisa a vida inteira.
Mas essa vontade de mudança quase sempre vem acompanhada de medos e dúvidas:

Por onde eu começo?
Vou abrir de tudo e recomeçar do zero?
E se não der certo?
O que as pessoas vão achar?
Eu, que já fiz mais de uma transição de carreira, posso afirmar que esses questionamentos são normais. Aliás, arrisco dizer que são inevitáveis e fazem parte do processo de mudança.
Se essas perguntas estão surgindo, provavelmente é porque algo em você já sabe que as coisas poderiam ser diferentes.
E se me permite um conselho: não ignore essa inquietação.
O incômodo sempre comunica algo. Muitas vezes, ele é justamente o impulso que a gente precisa para se movimentar.
E por falar em movimentar...
Comece a se movimentar
Aposto que você já ouviu a frase “movimento gera movimento”. Sim, ela corre o risco de ser banalizada, mas eu sigo acreditando nela. Porque, assim como a educação transformou minha vida, cada movimento que eu criei também foi um ponto de virada — especialmente nas minhas mudanças de carreira.
E não precisa criar só grandes movimentos, tipo pedir demissão imediatamente.
Escrever seus pensamentos em um caderno já é um movimento. Pequenos passos podem abrir grandes caminhos.
Coloque a curiosidade em prática; converse com pessoas de áreas diferentes; inclua algo novo na rotina; estude temas que aparentemente não têm nada a ver com seu interesse.
Conforme a gente vai se movimentando, surgem novos insights, possibilidades e as ideias de próximos passos vão ficando mais claras.
O importante é a decisão consciente de agir. E só esse ato já traz uma energia nova — dentro e ao redor de você.
O que você já sabe sobre você?
Se existisse um “ranking de palavras mais repetidas” em diversos contextos, autoconhecimento estaria no Top 3. Mas não tem como fugir: olhar para si é o que vai dar base para você tomar decisões melhores e mais alinhadas com a sua essência e desejos.
Esse processo ajuda inclusive a responder de forma mais profunda aquele questionamento famoso: “vou começar do zero?”.
Conforme você vai se movimentando e se dedicando ao seu processo de autoconhecimento, vai ganhando cada vez mais consciência de que, na verdade, ninguém começa do zero.
Mesmo que você nunca tenha trabalhado na área para a qual quer migrar, suas experiências de vida e habilidades adquiridas em outros contextos podem, sim, ser transferíveis.
Um hobby, uma habilidade desenvolvida em outro trabalho, até situações pessoais — tudo isso pode se tornar recurso (e as vezes até um diferencial) em uma nova jornada.
O autoconhecimento é o que te permite identificar esses "ativos" e como usá-los a seu favor.
Você se coloca na agenda?
Na correria, é fácil deixar alguma mudança importante para você para “quando sobrar tempo”. O problema é que esse tempo quase nunca sobra.
Por isso, reserve um espaço na sua agenda — diário ou semanal, mas realista. E trate como compromisso com você mesma. Nesse tempo, você pode:
Ler sobre a nova área, profissão, cargo que deseja conquistar;
Marcar conversas com pessoas que inspiram;
Ouvir podcasts;
Fazer cursos;
Anotar reflexões.
Constância e dedicação diminuem as chances de procrastinação.
Explore e experimente
Não há forma melhor de testar uma ideia do que experimentando na prática. Isso reduz a ansiedade e mostra se o caminho realmente faz sentido antes de dar passos maiores.
Algumas formas de explorar:
Pesquisar áreas que despertam interesse.
Conversar com quem já atua nelas.
Observar tendências e como elas podem abrir novas portas.
Fazer cursos curtos, se for possível, para conhecer temas diferentes.
Criar projetos paralelos (pessoais, voluntários ou freelas).
Explorar não significa compromisso definitivo. É se permitir abrir espaço para descobrir, sem pressa.
Sonhe alto, sim! Mas com os pezinhos no chão.
Todo sonho precisa de bases realistas para sair do papel. Quando falamos de carreira, isso envolve recursos financeiros, emocionais e de tempo.
Organizar esses pontos traz segurança e reduz o medo. Vale criar um cronograma, preparar uma reserva financeira (se possível), alinhar expectativas com pessoas próximas e entender os riscos envolvidos.
Sonhar em terra firme é isso: manter o sonho vivo, mas com pés no chão para dar passos consistentes.
Pedir ajuda, ajuda!
Durante muito tempo eu tive dificuldade de pedir ajuda. Mas, quando o assunto é carreira, é quase impossível fazer tudo sozinha.
Conte com amigos, familiares, colegas e abra espaço para o famoso networking (sim, outra palavrinha batida, mas necessária). Muitas portas se abrem a partir de uma boa conversa.
E existem outros tipos de apoio:
Profissionais especializados: Terapeutas, mentores, orientadores de carreira são exemplos de profissionais que podem ajudar a estruturar processos de mudanças com clareza, estratégia e leveza. Ter alguém de fora olhando junto faz toda a diferença.
A IA pode ser uma grande aliada. Você pode pedir para organizar rotinas, planos de estudos e muito mais. Alguns prompts que podem ajudar:
Liste minhas habilidades transferíveis que podem ser úteis em outra área: [cole suas experiências].
Sugira áreas de atuação que combinem com meu perfil: [descreva seu momento atual e interesses].
Recomende pequenos movimentos diários para sair da inércia e me aproximar da área [X], considerando que tenho apenas [Y horas por semana].
Monte uma rotina semanal de estudo e exploração da área [X], equilibrando trabalho atual e vida pessoal.
Liste formas criativas de explorar a área [X] sem gastar muito dinheiro, incluindo projetos paralelos, voluntariado e networking.
Me ajude a escrever uma mensagem curta e simpática para iniciar uma conversa de networking com alguém que admiro na área [X].
Crie perguntas inteligentes para eu fazer em uma conversa com alguém que já trabalha na área [X].
Monte um planejamento financeiro para mudar de carreira em até [X anos], considerando renda atual, despesas fixas e criação de reserva.
Querer mudar não significa estar perdida, ser ingrata ou instável.
Querer mudar é sobre movimento, sobre estar atenta ao que faz sentido para você hoje.
Podemos nos abrir para experiências que combinem com cada fase da vida e com a pessoa que estamos nos tornando.





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